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Foto do escritorGabriela Baracuhy

Amamentação

Confesso que antes de engravidar, eu não tinha ideia do quão difícil era amamentar. Achei que fosse só colocar o bebê no peito e pronto, tudo fluía e, obviamente ele já nascia sabendo mamar =) A minha ideia era amamentar até os seis meses.

Eu não paguei nenhuma consultora de amamentação. Por sorte, na maternidade, tinha uma consultora maravilhosa que passava de quarto em quarto e que me ensinou as posições e qual a pega correta.

Não tive muita dificuldade com a pega, o meu problema era com o leite mesmo. Quando o Caio nasceu, o meu leite ainda não tinha descido, e ele não tinha muita força pra ficar sugando o tempo todo. Demos fórmula na maternidade (falo sobre isso em outro post sobre icterícia) e foi o que nos salvou.

Dando um breve resumo sobre o outro post, nós recebemos alta da maternidade com a condição que continuássemos com a fórmula, por conta do baixo peso dele. O pediatra no dia seguinte mandou suspender e ficar só com o peito. Caio passava horas no meu peito, eu achando que ele estava mamando, mas não. Não estava sendo o suficiente pra ele, que perdeu peso e ainda ganhou uma icterícia por baixa ingesta. Voltamos com a fórmula.

Por conta desse episódio, eu não tinha muita confiança que o meu leite poderia sustentá-lo sozinho. E eu não tinha problema nenhum com isso. Dava mamadeira feliz da vida porque a mamadeira me trazia a segurança que ele estava comendo! Então vivemos assim, alternando peito com fórmula na mamadeira.

Eu me sentia um pouco culpada pois falavam para mim que eu não tinha leite porque não dava o peito com frequência e, por isso, acabava não produzindo tanto, e que isso era um ciclo. Não tive muito apoio na decisão de ficar dando mamadeira e peito. Ainda falavam que não importava o cansaço, tinha que acordar mesmo e dar o peito mesmo, pois faz parte. Mas não me arrependo nenhum segundo e foi preciso muita conversa pra entenderem que o que eu precisava era de apoio e não de mais julgamento.

Pra ter uma noção, o Caio só ganhou um peso significativo com 1 mês. A linha dele sempre foi abaixo do normal.

Entretanto, quando ele tinha uns 4 meses, fiquei meio com preguiça de fazer mamadeira (principalmente de madrugada), e passei 24 dias com amamentação exclusiva. Achei que tava sustentando legal. Resultado: em 1 mês, caiu engordou 80g. Ou seja, não tinha jeito, EU NÃO TINHA MUITO LEITE. Então passei a dar só mamadeira e o peito ficou fazendo o papel de acalmá-lo, de colocar para dormir, de ser um 'acaba choro' quando precisava. E ele cumpria muito bem essa função. Então, para colocar para dormir à noite, era só comigo no peito.

Até que os seis meses chegaram e eu não consegui parar! Achava que o Caio ainda precisava daquela conexão, daquele aconchego.

Quando ele fez 10 meses, comecei a tentar colocar ele pra dormir de outras formas, sem o peito. Até que chegou um dia que consegui e ele nunca mais quis o peito.

A última vez que ele mamou foi no carro, voltando da casa de uma priminha.

Apesar de tudo, fiquei feliz com a minha trajetória na amamentação. E foi um desmame tranquilo, sem sofrimento pra ninguém, no tempo dele. Fiz o que achei que fosse o certo e se tem uma coisa que me arrependo, é de ter escutado o primeiro pediatra e ter cortado a fórmula assim que ele saiu da maternidade. Mas essa é a história do Caio e, vai ver, precisava ser assim.

Vendo histórias de amigos, meu único conselho para quem está grávida é não criar expectativas e não ficar engessada no TENHO QUE AMAMENTAR. Se conseguir, ótimo! Se não, não demonizem a fórmula; ela salva vidas! Salva vidas e mães exaustas. A gente faz o que pode, né! Essa foi a minha história, como foi a amamentação para você?




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